quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fatores de Risco

Bebê - 0 a 28 dias

HISTÓRIA FAMILIAR - ter outros casos de surdez na família
INFECÇÃO INTRA-UTERINA - provocada por citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes genital ou toxoplasmose
ANOMALIAS CRÂNIOS-FACIAIS - deformações que afetam a orelha e/ou o canal auditivo (p.ex.: duto fechado)
PESO INFERIOR A 1.500 GR AO NASCER
HIPERBILIRUBINEMIA - doença que ocorre 24 horas depois do parto. O bebê fica todo amarelo por causa do aumento de uma substância chamada bilirubina. Ele precisa tomar banho de luz e fazer exosangüíneo transfusão
MEDICAÇÃO OTOTÓXICAS - uso de antibióticos do tipo aminoclicosídeos que podem afetar o ouvido interno - SAIBA MAIS
MENINGITE BACTERIANA - a surdez é umas das conseqüências possíveis quando o bebê tem este tipo de meningite
NOTA APGAR MENOR DO QUE 4 NO PRIMEIRO MINUTO DE NASCIDO E MENOR DO QUE 6 NO QUINTO MINUTO - Todo bebê quando nasce, recebe uma nota, composta por uma avaliação que inclui muitos fatores. Apgar era o nome do médico que inventou o teste.
VENTILAÇÃO MECÂNICA EM UTI NEONATAL POR MAIS DE 5 DIAS - quando o bebê teve que ficar entubado por não conseguir respirar sozinho
OUTROS SINAIS FÍSICOS ASSOCIADOS À SÍNDROMES NEUROLÓGICAS - p.ex.: Síndrome de Down ou de Waldemburg

Criança - 29 dias a 2 anos

OS PAIS DEVEM OBSERVAR SE HÁ ATRASO DE FALA OU DE LINGUAGEM - aos 7 meses ele já deve imitar alguns sons; com 1 ano já deve falar cerca de 10 palavras e com 2 anos o vocabulário deve estar em torno de 100 palavras
MENINGITE BACTERIANA OU VIRÓTICA - esta é a maior causa de surdez no Brasil
TRAUMA DE CABEÇA ASSOCIADA À PERDA DE CONSCIÊNCIA OU FRATURA CRANIANA MEDICAÇÃO OTOTÓXICA - uso de antibióticos do tipo aminoglicosídeos que podem afetar o ouvido interno
OUTROS SINAIS FÍSICOS ASSOCIADOS À SÍNDROMES NEUROLÓGICAS - por ex.: Síndrome de Down e de Waldemburg
INFECÇÃO DE OUVIDO PERSISTENTE OU RECORRENTE POR MAIS DE 3 MESES - OTITES -

Adulto

Além daqueles encontrados nas crianças, os adultos podem adquirir a surdez através de:
Uso continuado de aparelhos com fone de ouvido (I-Pod, MP3, etc)
Trabalho em ambiente de alto nível de pressão sonora
Infecção de ouvido constante e acidentes

Brasília debate se surdos devem estudar em escola regular ou especial

O Ministério da Educação acha que eles devem estudar nas regulares. Especialistas, educadores e os próprios estudantes preferem as especiais.
Nesta quinta-feira (19) tem um debate importante em Brasília - que vai definir o rumo da educação para os alunos surdos. Eles devem estudar em escolas regulares ou especiais? O Ministério da Educação acha que eles devem estudar nas regulares, mas com algumas exceções. Especialistas, educadores e os próprios estudantes preferem as especiais. Você deve se lembrar do quadro do ‘Fantástico’, o Jogo Falado, que revelava o que técnicos e jogadores de futebol não queriam que ninguém soubesse. João Gabriel era um dos estudantes surdos que fazia a leitura labial das conversas. Hoje, ele joga no time dos que defendem o direito dos surdos a uma educação básica só para eles. O Brasil tem duas línguas oficiais, a dos ouvintes e a dos surdos, que é a chamada língua de sinais. A comunidade dos surdos acredita que a formação básica dessas pessoas merece também um modelo especial de educação. João Gabriel e outros alunos que falam em silêncio estudam em uma escola bilíngue, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, no Rio. Uma tradutora explica o que o estudante está falando. “A nossa primeira língua é a língua de sinais, e o português vem como segunda língua. É muito melhor quando a gente tem essa língua de sinais, que a gente consegue contextualizar os acontecimentos. Temos esse direito, merece essa comunicação”, diz. A Universidade de São Paulo (USP) fez uma avaliação do desenvolvimento escolar dos surdos. Nove mil surdos de 6 a 25 anos fizeram prova em 15 estados, durante 11 anos. Os resultados mostram que as crianças surdas aprendem mais e melhor com professores e colegas que usam a língua de sinais, chamada também de libras. “Se a criança for removida de sua comunidade escolar lingüística e colocar entre colegas que não a entendem, essa criança vai se embotar emocionalmente”, diz Fernando Capovilla, da USP. Laura Pereira de Souza matriculou o filho em uma escola regular, mas não deu certo. O menino agora estuda no Instituto Nacional de Educação de Surdos (Inês). “Diferença muito grande. Aqui é para surdo, deficiente auditivo, e a inclusão surdo. Eu, mãe falando, acho não vai dar certo”, opina Laura. O MEC pretendia fechar a escola do Ines, referência nacional para os surdos. O ministério defende a inclusão de crianças surdas nas escolas regulares. Depois recuou em relação à escola do instituto, mas os outros colégios para surdos no país continuam ameaçados, segundo o vice-presidente da Feneis, Paulo Bulhões. “Se fechar escolas básicas para educação especial vai ficar muito ruim”, aponta. A atriz Marieta Severo também entrou na campanha nacional pela manutenção das escolas especiais para surdos. “Minha irmã é deficiente auditiva, foi a minha primeira motivação. É muito importante que eles possam ter toda a capacidade deles de se desenvolverem, e não estarem dentro de uma sala em que não poderão ter todas as oportunidades de desenvolvimento”, diz a atriz.

fonte: http://www.surdo.org.br/

terça-feira, 12 de agosto de 2014

EDUCAÇÃO DOS SURDOS NO BRASIL



A Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS, foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua. A LIBRAS possui estrutura gramatical própria.Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.
A língua de sinais existe desde 4.000 a.C, desde os greco-romanos, que são considerados seres humanos competentes, passando pela idade média, 476 d.C e chegando a idade moderna. Em meados de 1453 em diante, foi iniciado na França um trabalho educacional com surdos, por Ponce de Leon, considerado o primeiro professor surdo da história.
No Brasil, já existiam surdos no período compreendido de 1500 a 1855. Nesta época, como as formas de educação era precárias, sem muitos recursos, chegou ao Brasil em 1855, o professor francês Huet, que era surdo. Após 32 anos de sua chegada, foi fundado no Rio de Janeiro o primeiro Instituto Nacional de Surdos e Mudos do Brasil.
Entre 1930 e 1992 a comunidade surda do Brasil se fortaleceu, reivindicando seus direitos, e até então as escolas tradicionais, foram mudando seus métodos, incluindo como forma de comunicação a gestual-visual. No ano de 2002, foi promulgada a Lei nº 10.436, que juntamente com o Decreto de nº 5.626 de 2005, reconhecem a Libras com a segunda língua oficial do país.
Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com        estrutura gramatical própria.
Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, dispõe o seguinte: "O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente".
Constatamos que às formas de atendimento educacional oferecido aos alunos que apresentavam surdez desde o século XVI, são reflexos das tendências mundiais que ocorreram, principalmente na Europa, bem como o embate entre o método que prioriza a comunicação por meio da língua falada e o método por meio de sinais é histórico e se mantém até a atualidade.
No entanto, hoje há provas contundentes evidenciando a importância da língua de sinais para o processo de aprendizagem dos alunos surdos.
Portanto, a grande maioria dos surdos que passaram pelo processo de oralização, não falam e nem fazem leitura labial satisfatoriamente.
Pois poucos surdos apresentam habilidade de expressão e recepção verbal razoável, sendo comum, por esse motivo, ficarem, por alguns anos, retidos na mesma série do Ensino Regular. Enfim, esse fracasso escolar é resultado de representações sociais, históricas, culturais, lingüísticas, políticas e concepções equivocadas, às quais o condicionava o surdo a superar a deficiência em busca da igualdade, semelhante ao ouvinte (BRASIL, 2004).
Embora tenhamos a adesão de muitos pesquisadores da área da surdez ao bilingüismo como filosofia educacional adequada para a população surda e a própria comunidade surda a defenda e a identifique como adequada às suas características, a educação bilíngüe vivencia um período transitório em que os estudantes surdos “têm sua trajetória escolar pautada em paradigmas contraditórios, ora os tratando como “deficientes” ora reconhecendo-os como grupo cultural” (FERNANDES, 2008, p.6).
Após refletirmos sobre a trajetória histórica da educação dos surdos, percebemos que é de fundamental importância que os educadores que atuam diretamente com os mesmos e, até mesmo os que ainda não tiveram esta experiência conheçam esse processo histórico vivenciado pelas pessoas surdas para que possam construir práticas pedagógicas, pautadas na reflexão para não se repetir no futuro os erros do passado e seus equívocos. “Entre eles, os esforços empreendidos, muitas vezes de forma cruel, para que as pessoas surdas falassem a qualquer custo, aprendessem leitura labial, se protetizassem, e evitassem o contato com surdos sinalizados” (SOUZA; SILVESTRE, 2007, p.33).
E a meu ver a Linguagem Brasileira de Sinais deveria ser obrigatória para todos os alunos, ouvintes e surdos, na Educação Básica. Afinal, ensina-se: Inglês, Espanhol... então porque não incluir a LIBRAS também.
O grande problema nas escolas é justamente a falta de habilidades com tal linguagem. Nem mesmo os alunos com Deficiência Auditiva, dominam sua linguagem natural. Desta forma, fica muito difícil para os professores interagirem com os alunos surdos. Geralmente há um intérprete na sala, mas isso é pouco se não há o domínio, por parte do professor e dos alunos, da LIBRAS. Espero que algum dia isso melhore, para que realmente haja a tão falada Escola Inclusiva.
 Alguns Parâmetros e tipos de movimentos:
Ponto de articulação (PA): é o lugar do corpo onde será realizado o sinal.
Movimento (M): é o deslocamento da mão no espaço, durante a realização do sinal.
Unidirecional: movimento em uma direção no espaço, durante a realização de um sinal.
Ex.: PROIBIDO, SENTAR, MANDAR.
Bidirecional: movimento realizado por uma ou ambas as mãos, em duas direções diferentes.
Ex.: PRONTO, JULGAMENTO, GRANDE, COMPRIDO, DISCUTIR,
EMPREGADO, PRIMO, TRABALHAR, BRINCAR.

Multidirecional: movimentos que exploram várias direções no espaço, durante a realização de um sinal.
Ex.: INCOMODAR, PESQUISAR.

 

Conselhos Úteis no aprendizado e uso da LIBRAS



  1. Estude o material recebido, sempre que possível, com a presença de uma pessoa surda. 
  2. O estudo em grupo poderá facilitar o aprendizado, bem como o estímulo individual.
  3. Para que um sinal seja produzido corretamente, é necessário observar: configuração de mão, ponto de articulação, movimento e expressão.
  4. Focalize o rosto do usuário da LIBRAS, não as mãos. Como usuário da LIBRAS, você aprenderá a ampliar seu campo visual.
  5. Caso não encontre um sinal para uma determinada palavra, lembre-se de que somente a comunidade surda poderá criá-lo.
  6. Certifique-se de que haja claridade suficiente no momento da conversa em LIBRAS.
  7. Não tenha receio de sinalizar e errar. O erro faz parte do processo de aprendizagem.
  8. Pode ser que em sua cidade, devido ao regionalismo, os surdos utilizem alguns sinais diferentes para a mesma palavra. Caso isto ocorra, busque conhecê-los também com o próprio surdo.
  9. Nem sempre você encontrará um sinal que signifique exatamente a palavra que deseja empregar. Caso isso ocorra, procure um sinal que mais se aproxime. Ex.: CONFECCIONAR (FAZER - sinal em LIBRAS).
  10. Os termos técnicos, possivelmente, não terão sinais específicos que os represente exatamente. Portanto, é recomendável digitá-lo para o surdo e tentar "interpretá-lo", até que ele, entendendo o contexto, crie o sinal correspondente.
  11. Informe aos surdos sobre o que acontece ao seu redor.
  12. Procure dar ao surdo o máximo de informações visuais. Ex.: campainha luminosa para início e término de qualquer atividade.
  13. Se você quiser chamar a atenção de um surdo, procure tocá-lo no ombro se estiver próximo, ou acene com os braços se estiver distante.
  14. O contato com a comunidade surda é fundamental nesse processo de aprendizado da língua, pois além do grande exercício que se pode fazer, é uma preciosa oportunidade de se conhecer também a cultura dessa comunidade.
  15. Sugerimos aos participantes que desejem aprofundar-se no estudo da LIBRAS que entrem em contato com as associações e federações de surdos locais e regionais, cujos contatos poderão ser obtidos na FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos.
  16. Exercite sempre!

Alfabeto em Libras